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sábado, 14 de agosto de 2021

Liberdade para La Prensa

 

Primeiro foi a Alfândega, que quinta-feira inventou alguns motivos para barrar a entrada de papel importado que seria usado para rodar o diário La Prensa (Manágua, Nicarágua). O jornal, desde então, não está sendo impresso.

Nessa madrugada a polícia prendeu o gerente geral de La Prensa, Juan Lorenzo Holmann, alegando investigação sobre lavagem de dinheiro e fraude aduaneira. Há dois meses colocou em prisão domiciliar a sócia de La Prensa, Cristiana Chamorro, também pré-candidata à presidência.

O nome dessas operações absurdas - e sem nenhuma base de fatos - é ditadura. O presidente Daniel Ortega, que já alterou a constituição para permanecer quantos mandatos quiser no comando do país, entendeu que não teria força política para chegar ao quarto mandato. Decidiu, então, colocar na cadeia quem ousar ser contra o governo. E, na dúvida, preferiu silenciar o mais respeitado veículo de comunicação da Nicarágua.

Não existe democracia sem imprensa livre. 

Tive o prazer de trabalhar com La Prensa há alguns meses, como consultor. Juan Lorenzo e Cristiana foram dois de meus interlocutores. Extremamente profissionais, buscávamos juntos saídas criativas para  recuperar a saúde financeira da empresa, sem perder a ética jornalística e a relevância na sociedade nicaraguense. Conseguimos avançar bastante - antes de Ortega apelar para a força. Criamos laços de amizade. Torço muito por eles.

Ditaduras, de esquerda e de direita, fazem mal ao jornalismo. Se incomodam quando repórteres fazem bem o seu trabalho. Sem conseguir esconder as maracutaias, ditadores apelam para a força para calar meios de comunicação.

Liberdade para La Prensa.

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

A mesma ideia em toda Espanha


Bastou o calor disparar na Espanha para que vários impressos tivessem a mesma ideia: foto na capa de pessoas se refrescando em jatos públicos de água. Virou clichê.

Está em El Mundo (Madri, Espanha), La Vanguardia (Barcelona, Espanha), Heraldo (Aragón, Espanha) e La Razón (Madri, Espanha).

Será que os fotógrafos não conseguem ser um pouco mais criativos?



 

Novo design do site mais visto do Brasil


Globo.com (Rio de Janeiro, RJ) amanheceu com um novo design. Mantém a característica das cores para definir editorias, mas altera a fonte de seus títulos.

Difícil dizer se ficou melhor, embora os veículos precisem sistematicamente arejar desenho e conteúdos.

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

No tempo dos espiões de fechamento


Beatriz Ferreira e Herbert Conceição não são gaúchos.
O Boxe também não é um esporte popular no Sul.
Então por que as fotos dos atletas que disputam medalhas em Tóquio estão em enorme destaque nas capas de Correio do Povo (Porto Alegre, RS) e de Zero Hora (Porto Alegre, RS)?
Difícil dizer, complicado justificar essa escolha.

Mas difícil ainda é entender como a mesma ideia (rara) foi parar ao mesmo tempo nas duas capas, dos dois concorrentes gaúchos.

Há espiões nas redações?

 

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

A coerência faz parte do bom jornalismo

The New York Times (Nova York, NY) não mede palavras para defender o que parece correto para sua linha editorial e o interesse de sua audiência: a demissão do governador Andrew Cuomo.

Não importa o partido (nesse caso, o Democrata). Bom jornalismo é ter coerência. NYTimes defende bandeiras, que foram quebradas por Cuomo.

Não há outro caminho se não a renúncia, diz o jornal em sua matéria de capa e em seu editorial.

 

domingo, 1 de agosto de 2021

Gráfico inovador


The Washington Post (Washington, DC) apresenta hoje um gráfico diferente. Uma espiral que mostra a evolução de um índice (mortes por ações policiais) nos últimos anos.

É muito bom que os impressos busquem novas soluções visuais para conquistar e fidelizar leitores.

sexta-feira, 30 de julho de 2021

Os imprescindíveis e os descartáveis


Há jornais que entendem sua audiência. E não têm medo de dar opinião quando os fatos são tão descarados que é preciso defender o leitor de mentiras. Nesse grupo estão Folha de S. Paulo (SP) e O Estado de S. Paulo (SP), por exemplo.

Há outros, porém, que preferem agradar A ou B, em prejuízo da informação, e ainda fingem praticar um jornalismo isento. Nesse grupo está o Correio do Povo (Porto Alegre, RS), moribundo matutino gaúcho que já teve forças para destituir governadores, mas hoje corre atrás de migalhas de um governante desacreditado.

Basta ler as manchetes de hoje e escolher o lado.

O primeiro grupo resiste bravamente às crises e assume a posição de "imprescindível".

O segundo time é o dos descartáveis, a caminho do penhasco.

Lamentável.