O jornal O Sul (Porto Alegre, RS) está conseguindo se transformar no diário oficial do governo gaúcho. Um rápido levantamento nas capas das edições 2009 indica a supremacia de imagens da governadora Yeda Crusius - todas elas de divulgação do palácio do governo.
Yeda é uma governadora acusada de corrupção e desvio de verbas, que perdeu apoio político e popular em três anos de mandato e que possivelmente hoje não teria sequer 10% dos votos em uma nova corrida eleitoral.
Mas O Sul insiste, talvez de olho na publicidade oficial, uma vez que seus poucos leitores (o jornal não é auditado pelo IVC) certamente não aprovam tal opção editorial.
A postura do jornal gaúcho chega a superar o parcialismo declarado de O Estado do Maranhão (São Luís, MA), jornal que destaca todos os dias as atividades da governadora Roseana Sarney - não por acaso, acionista do jornal.
O Sul entra assim em um campo muito perigoso. Ao se transformar em "órgão oficial do Piratini", abocanha as últimas verbas publicitárias de um governo em fim de festa, mas desagrada outros políticos e - o pior - seus leitores.
Desse jeito, a sentença de morte de O Sul está decretada.
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